Em meio a preços elevados, tecnologia promove economia de combustíveis no setor agro
Com soluções de planejamento, monitoramento, telemetria e gestão de frotas, é possível reduzir custos com diesel em até 10%
O combustível é um recurso fundamental para o agronegócio: tratores, plantadoras, colhedoras e máquinas de cultivo e pulverização dependem do seu consumo para garantir o andamento das operações. Nesse cenário, as altas nos preços, sobretudo no diesel, têm gerado um grande impacto no setor. De acordo com análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o combustível mais elevado pode deixar o custo de produção entre 70% e 93% mais caro que o de safras anteriores.
“Mesmo com a recente redução do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o valor dos combustíveis permanece bastante elevado, de forma que qualquer economia pode ser significativa para o produtor ou gestor rural”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon — empresa que desenvolve soluções digitais para os setores agrícola e florestal.
Atualmente, diversas ferramentas tecnológicas podem auxiliar nessa questão. Com o objetivo de aumentar a produtividade, elas otimizam atividades e geram reduções de custos para as operações agrícolas. Ao longo de um ano, por exemplo, estima-se que cerca de 190 milhões de litros de combustíveis foram economizados nas fazendas ao redor do mundo com uso de equipamentos da Hexagon. Confira algumas das tecnologias capazes de promover essa redução de gastos:
Monitoramento e telemetria
Tecnologias de telemetria — que permitem medição e transmissão remota de dados — estão cada vez mais popularizadas no campo brasileiro. Hoje, muitas máquinas já contam com sensores e softwares de monitoramento que possibilitam acompanhar diversos fatores relacionados à eficiência, como rastreamento do trajeto percorrido, hora de início e término do trabalho, velocidade média do percurso, realização de paradas e manobras, quanto foi plantado ou colhido, quanto insumo foi aplicado e assim por diante.
Com essas informações em relatórios e gráficos detalhados, os gestores conseguem acompanhar o desempenho das máquinas e tomar decisões mais assertivas. “É possível avaliar se os equipamentos estão realizando os trajetos mais eficientes, tomar medidas para reduzir tempos ociosos e verificar se alguma área está recebendo mais insumo do que o necessário, por exemplo”, explica Bernardo. Junto com outras soluções de precisão, o sistema de monitoramento da Hexagon permite que se economize em até 10% o consumo de combustíveis em uma operação agrícola.
Planejamento de operações
Outra tecnologia capaz de reduzir esse consumo é a de planejamento de operações, que visa melhorar a gestão de recursos conforme a demanda existente. Ela funciona a partir de um algoritmo de programação linear que simula cenários, testa opções e aponta aquela que representa o melhor custo x benefício para a produção em questão. A ferramenta demonstra como alocar os recursos existentes para a execução das atividades agrícolas com o máximo de aproveitamento.
O uso dessa solução da Hexagon em uma fazenda de cana-de-açúcar durante um ano levou a uma redução de aproximadamente 4,5% no gasto de combustíveis, o que representou uma economia de R$1.5 milhão para a empresa em questão. Além disso, a funcionalidade ainda reduz desperdícios de mão-de-obra e de insumos.
“Por conta da quantidade de variáveis e problemas envolvidos, em geral, as alternativas disponíveis e suas combinações são muito complexas para que o gestor tome uma decisão sem o auxílio de uma ferramenta específica. Com este software, HxGN AgrOn Planejamento de Operações, a assertividade das ações é garantida”, reforça Bernardo de Castro.
Gestão de frota
Para garantir que os custos de um negócio agrícola sejam os menores possíveis, também é importante contar com sistemas de otimização, coordenação e gestão das frotas de apoio às operações produtivas da empresa. Um software de planejamento de logística de apoio é capaz de alocar e roteirizar os movimentos de caminhões comboio (responsáveis pelo abastecimento e pela manutenção das máquinas agrícolas) e de transporte (como pranchas e guindastes) para atender a todas as demandas das máquinas em campo com as melhores rotas.
Posteriormente, com a finalização do ciclo local de logística, inicia-se a sincronização entre as máquinas e os caminhões que farão o transporte da mercadoria colhida. O desafio solucionado por sistemas tecnológicos, nesse caso, é organizar as rotas para que não haja desperdício de tempo e nem de combustível: ao final do dia, a ideia é ter conseguido transportar o máximo de matéria-prima com o menor número de deslocamentos.