A fazenda do futuro já está no Brasil
Parceria com empresa de tecnologia agrícola fez com que as usinas do grupo São Martinho se tornassem verdadeiras fazendas inteligentes.
Uma fazenda onde tudo é automatizado: máquinas com computadores de bordo preparam o solo, plantam, aplicam insumos, colhem e transportam a matéria-prima de forma conectada e sincronizada. Quando um trator enche, outro já está ali para substituí-lo. Se um equipamento supera o limite de velocidade, o operador é avisado imediatamente. Longe dali, gestores e equipes de monitoramento passam o dia acompanhando tudo o que acontece no campo em tempo real diretamente de uma central de comandos.
O cenário pode parecer avançado, mas já é realidade no mundo e no Brasil. Um dos principais exemplos dessas fazendas inteligentes são as usinas do grupo São Martinho, que contam com alta tecnologia integrando todos os seus processos agrícolas. Para continuar avançando, o grupo sucroenergético acabou de anunciar os primeiros testes com tecnologia 5G, que devem acontecer na safra 2021/2022.
A novidade promete melhorar ainda mais a produtividade e a eficiência da gigante, que hoje tem capacidade de moagem de 24 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e um faturamento de R$ 3,7 bilhões. Para chegar a esse nível, a empresa apostou na transformação digital por meio de parcerias como a com a divisão de Agricultura da multinacional Hexagon, que oferece soluções digitais completas desde o planejamento para o cultivo até a colheita e o transporte de matéria-prima.
Com mais de 25 mil equipamentos em operação em 36 países, a empresa de tecnologia está envolvida nos processos de planejamento de cerca de 46% da produção global de cana-de-açúcar. A São Martinho não ficou de fora e adquiriu um conjunto de softwares, sensores e atuadores para monitorar e automatizar suas operações agrícolas, além de 1851 Computadores de Bordo desde 2018.
Um dos principais pontos da parceria foi a implementação do AgrOn Sala de Controle, que monitora, processa e resume informações das frotas e operações para o Comando de Operações Agrícolas (COA) das usinas. São dados de monitoramento e de telemetria registrados pelos computadores de bordo em tempo real por meio de sensores. É possível rastrear o trajeto da máquina, verificar a hora de início e término da atividade, a velocidade média do percurso, a realização de paradas e manobras, quanto que foi plantado ou colhido, como foi a aplicação de determinado pulverizador, e assim por diante.
As informações que vão para o COA podem ser continuamente comparadas com as metas planejadas e permitem que sejam feitas intervenções rápidas sempre que necessário. O resultado é a segurança de que as operações serão executadas conforme o previsto, de forma eficiente, sem perda de tempo e de recursos.
Waze do campo
Diariamente, a frota de máquinas agrícolas da São Martinho roda quase 90 mil quilômetros, o que equivale a cerca de duas voltas na terra. Para garantir o controle e a otimização dessa logística, o grupo desenvolveu uma espécie de “Waze” próprio, que também foi resultado de uma parceria com a divisão de Agricultura da Hexagon.
Terminais inteligentes veiculares (TIVs) foram instalados nos equipamentos agrícolas, permitindo que eles recebam informações em tempo real sobre as melhores rotas a serem seguidas por meio dos computadores de bordo.
Se o operador desvia do caminho ou infringe outro parâmetro estabelecido, os displays recebem alertas. O posicionamento do veículo, as distâncias percorridas e aquelas que ainda faltam percorrer: tudo é controlado diretamente pela Central de Operações Logísticas das usinas. A fazenda do futuro é, cada vez mais, a fazenda do presente.