A Inteligência Artificial vai dominar o mundo
A Inteligência Artificial é mais antiga do que muita gente pensa. O desenvolvimento de tecnologias em torno deste conceito existe há pelo menos seis décadas. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo matemático americano John McCarthy nos anos 1950. No entanto, de acordo com o engenheiro SK Reddy, uma das maiores autoridades em AI do Vale do Silício, o avanço foi meteórico nos últimos cinco anos, impactando de forma decisiva no modelo de negócios de muitas empresas. SK Reddy é CPO de Inteligência Artificial na multinacional sueca Hexagon, referência em soluções digitais. Recentemente, ele esteve no Brasil para palestrar em um evento da divisão de Agricultura da empresa. O engenheiro citou três movimentos que têm impulsionado o avanço da AI nos últimos anos e devem continuar fomentando seu desenvolvimento nas próximas décadas. São eles:
- Universidades como Stanford e Silicon Valley e empresas inovadoras como Google, Amazon, Facebook e Baidu estão desenvolvendo frameworks - bibliotecas de softwares e linguagens - que facilitam muito o trabalho dos desenvolvedores, ajudando-os a pensar e utilizar a Inteligência Artificial em suas soluções. Um exemplo é o Watson da IBM, muito utilizado para aprimorar os serviços de suporte e atendimento aos clientes.
- O volume de dados acessíveis de forma gratuita é infinitamente maior do que no passado recente. Análises de Big Data são fundamentais para a realização de experimentos e testes, colaborando com o avanço de muitas tecnologias, inclusive na aplicação de Inteligência Artificial.
- Houve um desenvolvimento muito grande em hardware nos últimos anos. Há menos de uma década, tínhamos apenas CPUs (unidades centrais de processamento), que evoluíram para as GPUs (unidades de processamento gráficos), mais propícios para o mercado de inteligência internacional por aceitarem cálculos mais complexos. Hoje, o Google já está focado no desenvolvimento de TPUs (unidade de processamento tensor) para acelerar ainda mais o processamento nas áreas de AI.
Para SK Reddy, esses três fatores estão deixando mais fácil, barato e rápido o desenvolvimento e a experimentação de soluções baseadas em tecnologia de Inteligência Artificial. Entre as aplicações mais populares, podemos citar os anúncios que aparecem nas páginas acessadas pelo internauta logo após ele ter pesquisado o mesmo produto em uma loja on-line. Ou as indicações do Netflix com base no que o assinante já assistiu na plataforma.
A questão é que a AI está muito longe de se restringir a automatização de tarefas humanas, como dirigir um carro de um ponto A ao ponto B.
Há infinitas possibilidades, que segundo SK Reddy serão conhecidas em uma velocidade incrível. Na agricultura, por exemplo, a Inteligência Artificial já é usada para automatizar processos e equipamentos como tratores e colheitadeiras, refletindo em maior precisão na semeadura ou na aplicação de defensivos agrícolas. Logo, a IA vai permitir a identificação automática de infestação de pragas, antecipando ações de combate. Sem exageros, emitirá um alerta quando uma máquina agrícola precisar de manutenção. “Não se surpreenda se daqui a alguns anos você pegar o telefone para fazer uma ligação e o aparelho já inserir antecipadamente o número que você quer ligar”, avisa SK Reddy.