O perfil do profissional do agronegócio para 2021
Olhar inovador e familiaridade com tecnologia são características exigidas para o futuro do agro
O agronegócio é um mercado que não para de crescer no Brasil. Mesmo com as adversidades econômicas causadas pela pandemia de Covid-19, o setor foi um dos únicos que teve resultados positivos no PIB de 2020. Entre os segredos para o sucesso, está o profissional agro, que, com o apoio das tecnologias para o setor, tem conseguido aumentar constantemente a produtividade e a eficiência no campo.
Hoje, 84% dos agricultores brasileiros usam pelo menos uma tecnologia como ferramenta de suporte ao seu trabalho, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). E a perspectiva é de que o número cresça cada vez mais.
Com softwares e hardwares inovadores que otimizam desde o planejamento até a análise das operações de campo, a transformação digital vai se consolidando. E, com ela, vem a demanda por um novo perfil do profissional do agronegócio: se, antes, bastava ter conhecimentos sobre agronomia, meteorologia e logística; hoje, entender de tecnologia da informação e ferramentas digitais já são pré-requisitos.
“As tradicionais técnicas de produção e o vasto conhecimento tácito dos produtores continuarão ocupando um papel central nos processos, mas a nova realidade digital exige que os profissionais da área estejam abertos e preparados para se conectarem com as mudanças que acontecem no agronegócio e no mundo, na busca contínua por melhoria nos resultados. ”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa que fornece soluções digitais para o campo.
Características como um olhar técnico e analítico, capaz de interpretar os dados apresentados pelas novas soluções tecnológicas e tomar decisões de forma ágil e precisa, tornam-se essenciais. “O conhecimento sobre a aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial e Big Data deixará de ser diferencial e se tornará uma necessidade para quem quiser se manter à frente de operações do campo”, reforça Bernardo.
Para completar o perfil do profissional agro, ainda há os engenheiros, cientistas de computação e dados, desenvolvedores e pesquisadores. São eles que contribuem com a criação e disseminação dessas tecnologias usadas pelas equipes em campo e pelos gestores empresariais, permitindo ampliar a eficiência do setor. Engenheiros de controle e automação, aeroespaciais e mecatrônicos, por exemplo, têm um crescente papel na produtividade do agronegócio com suas colaborações para a automação agrícola e a agricultura de precisão.
Seja no futuro, seja no presente, é a preocupação com a inovação que marca o novo perfil do profissional do agronegócio e que permite que esse mercado, tão importante historicamente para o país, mantenha seu crescimento mesmo em meio às adversidades.