Projeto de lei quer inovação acessível
Especialistas no setor de tecnologia agrícola destacam por que é importante inovar.
O projeto de lei que institui a Política Nacional de Incentivo à Agricultura de Precisão deu mais um passo em sua tramitação na Câmara dos Deputados com a aprovação pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural na última semana. Agora o PL 149/2019 segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). O objetivo do projeto de lei é alcançar maior eficiência na aplicação de recursos e insumos de produção agrícola com o objetivo de diminuir o desperdício, reduzir os custos de produção, aumentar a produtividade e a lucratividade, além de garantir a sustentabilidade ambiental.
O diretor da Vertical Agronegócios da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e membro da coordenação do projeto Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar (NITA), Clovis Rossi, acredita a proposição e atual aprovação do PL pela CCJC tem como base um contexto evolutivo proporcionado por diversas pesquisas realizadas. “Os melhoramentos genéticos, tanto em animais quanto em vegetais, e nos controles, possibilitaram um melhor gerenciamento da atividade rural e nos mostram que a inovação sempre esteve presente no agronegócio. Hoje observamos indicadores de desempenho muito superiores aos obtidos há 20 ou 30 anos, e estamos testemunhando uma nova onda de tecnologias que possibilitam aplicações nunca imaginadas no setor. O surgimento de mecanismos que incentivem e, sobretudo, facilitem a adoção de tecnologia por médios e pequenos produtores deve elevar os indicadores de produção para novos patamares, o que, definitivamente, contribui para uma produção de alimentos mais inteligente, valorizada e sustentável”, comenta Clovis.
Para Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, a inovação é o caminho para aumentar a competitividade e a rentabilidade do produtor rural de médio e pequeno porte. “Grandes empresas já colhem os benefícios das tecnologias agrícolas, reduzindo custos e aumentando a lucratividade do negócio. Pequenos negócios também precisam otimizar processos para levar qualidade e agilidade à produção”, destaca o executivo. Ele cita como exemplo o uso de sistemas capazes de garantir a precisão da aplicação de insumos, evitando desperdícios e falhas na pulverização. “O uso do controlador de taxa variável pode reduzir em até 25% o uso dos fertilizantes e aumentar a produtividade em mais de 10%”, afirma Castro.