Três dicas de análise e gestão para fazer após a execução das operações em campo
Tecnologias ajudam a determinar se os resultados foram positivos ou negativos, por meio de relatórios e extração de dados personalizados
Em 2023, o agronegócio brasileiro deve registrar o maior crescimento em seis anos: o PIB do setor avançará 8%, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). Se a projeção se confirmar este será o maior crescimento desde 2017. Para que os bons resultados se confirmem, no entanto, e o agronegócio mantenha o protagonismo como alavanca da economia, as atividades do campo precisam ir além do ciclo de preparação do solo, plantio, manejo e colheita. A análise e gestão dos resultados influenciam fortemente no avanço do setor, garantindo mais eficiência, e consequentemente, maior produtividade nas próximas safras.
Atualmente, tecnologias têm ajudado a determinar se os resultados foram positivos ou negativos, fazendo isso por meio de relatórios e visões com dados agregados que permitem comparar o planejado com o realizado. Segundo o Alexandre Alencar, Diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da divisão de Agricultura da Hexagon, empresa que desenvolve e fornece soluções digitais agrícolas e florestais, essa etapa é fundamental para reduzir os gastos e fazer investimentos mais objetivos e seguros. “Ao analisar a operação pós-colheita, o produtor tem a oportunidade de avaliar o trabalho realizado baseado em dados e relatórios confiáveis e precisos. Essas informações são valiosas para corrigir erros e investir no aumento da eficiência operacional”, explica. Abaixo, Alexandre pontua três dicas para melhorar essa fase do processo:
1. Extração de dados confiáveis
O primeiro passo é integrar na operação de campo — seja no plantio, seja no manejo ou na colheita — equipamentos que permitam o registro das informações durante sua execução. Utilizando tecnologias como sensores e computadores de bordo integrados ao maquinário, é possível colher dados em tempo real e armazená-los para análises futuras, que são feitas com ferramentas integradas e acessadas via internet. O HxGN AgrOn BI, por exemplo, é um serviço destinado à configuração de painéis, relatórios e extrações de dados customizados. “A tecnologia disponibiliza visualização gráfica de dados com recursos de filtragem e agrupamento diretamente para o usuário. E que podem ser acessadas facilmente por meio de um smartphone ou tablet, por exemplo. Ela também permite o desenvolvimento e implantação de novos relatórios em tempo de execução, sem necessidade de codificação, dando maior poder ao cliente”, explica Alexandre.
2. Integração das informações
Apenas ter dados confiáveis não é suficiente se eles não puderem ser utilizados de forma integrada. De acordo com uma pesquisa da Inmarsat, que incluiu corporações do setor agrícola, cerca de 86% das empresas não conseguem compartilhar e analisar de forma eficaz os dados obtidos através de dispositivos tecnológicos. Para combater esse problema, Alexandre sugere a utilização de ferramentas como o HxGN AgrOn Integração de Dados, que coleta informações disponíveis em diferentes sistemas utilizados nas empresas agrícolas e, somando tecnologias como Internet das Coisas (IoT), os transforma em informações inteligentes que interconectam os sistemas e processos da empresa de forma automática. “Um grande desafio da revolução digital é fazer com que a nova tecnologia funcione de maneira integrada aos sistemas de gestão agrícola. Não é possível transformar digitalmente tudo de uma vez. Por isso é preciso facilitar a transição e integração de sistemas legados para novas tecnologias, permitindo que tudo o que já existe na empresa possa trabalhar de forma conjunta e sincronizada”, analisa.
3. Gestão dos dados obtidos
Após a coleta e integração dos dados, o produtor deve ser capaz de gerenciar as informações obtidas. “Algumas tecnologias, como o software HxGN AgrOn Gestão Operacional, são capazes, por exemplo, de ajudar na identificação de anomalias em operações, e até mesmo gerar indicadores comparativos sobre a aplicação de insumos em relação à recomendação planejada com precisão de centímetros”, explica Alexandre. Com um processamento automatizado, o produto coleta dados de telemetria dos displays instalados nas máquinas e disponibiliza relatórios, mapas, gráficos e tabelas exportáveis em uma plataforma online. “Isso possibilita a ação corretiva de máquinas não calibradas e pode ser usado para auxiliar na verificação da área e qualidade do trabalho realizado por terceiros ou pela própria equipe”. Segundo Alexandre, é quase impossível estar totalmente livre de imprevistos, mas com todas essas informações em mãos, a chance de eles ocorrerem diminui drasticamente. “Empresas e produtores têm hoje a possibilidade de executar um controle muito maior de suas atividades, modernizando os processos e os tornando muito mais eficientes”.